José Victor – testemunho enviado por carta ao Padre Cícero
Em 2014 eu estava chegando em casa e encontrei meu filho Emanuel indo para a casa de um amigo tocar violão. Era 6h30 da noite, eu vinha do trabalho, não deu tempo nem tirar a roupa quando escutei um tiro. Dois elementos de moto abordaram meu filho pedindo o celular, só que ele não estava com o aparelho no momento. Daí veio o livramento de Deus: meu filho levantou as mão para cima com o violão, a bala atravessou e foi parar na mesa do santo. O susto foi muito grande. Ele caiu no chão gritando “não pegou em mim, graças a Deus”. Eu não tive dúvidas, foi um milagre. Logo pensei “esse violão não é mais nosso, vamos levar para a casa do Pe. Cícero hoje”. Estou muito feliz, pois Deus não desampara ninguém.
Antônio de Alencar Araripe
Nas centenas de vezes em que estive em sua residência, onde inexistia biblioteca… aí permanecendo horas a fio, nunca o vi ler qualquer livro, fascículo ou jornal, nem se referir ao respectivo conteúdo, a não ser quando remontava ao seu tempo de estudante ou professor.
Amália Xavier de Oliveira
O que foi possível fazer o Padre Cícero fez: fundou algumas escolas particulares, gratificando, do próprio bolso, alguns professores quando as mensalidades recebidas não cobriam suas despesas com a manutenção. Em 1896, graças a sua iniciativa foi instalada a escola feminina, sob a regência da Professora Isabel Montezuma da Luz. O Orfanato Jesus Maria José, iniciado nesta cidade em 1916, teve como fundador o Padre Cícero, coadjuvado por Joana Tertuliana de Jesus. O fim desta instituição que ainda hoje existe funcionando com as mesmas finalidades, foi amparar as crianças do sexo feminino, pobres e órfãos, dando-lhes uma educação adequada capaz de lhes garantir viver honestamente, quando pela idade ou outras circunstâncias tiverem que deixar a tutela da entidade de sua formação. A Associação dos Empregados do Comércio de Juazeiro, fundada no dia 3 de julho de 1926 sob os auspícios do Padre Cícero, desde a sua fundação teve como objetivo principal a instrução primária dos sócios e de seus dependentes.
Fernandes Távora
O meu ilustre amigo Lourenço Filho afirma que não pôde conseguir a boa vontade do Padre Cícero no sentido de incrementar a instrução primária em Juazeiro. Eis outro paradoxo aparente, só compreensível e explicável pelos que conheceram intimamente os homens e as coisas daquela terra. Padre Cícero sempre amou a instrução e desejou vê-la difundida em sua cidade, como poderão dar testemunho diversos moços que, a expensas dele, se educaram desde a escola primária até os cursos superiores. Se não atendeu ao esforçado e digno Diretor da Instrução Pública do Ceará, terá sido por causa estranha à sua vontade.