Estátua Padre Cícero
A estátua do Padre Cícero, foi idealizada objetivando homenagear o Patriarca de Juazeiro, Cícero Romão Batista. Segundo os mais antigos, a homenagem ao patriarca parte de um beato que andava naquele período pelas mediações da Colina do Horto, e sugere ao prefeito a construção da estátua, ainda no ano de 1967. O prefeito interino no período, Mauro Sampaio, construiu a estátua na Colina do Horto tendo em vista o espaço já possuir um considerável fluxo de visitantes. Sua construção tem como pedestal a coluna da Igreja idealizada por Padre Cícero, templo religioso este que receberia o nome de Igreja do Senhor Bom Jesus do Horto, décadas antes, que estava sendo construída como forma de pagar uma promessa que o Padre havia feito em decorrência da grave seca que instalava-se no sertão nordestino.
Para dar espaço a construção do monumento, um grande árvore, denominada timbaúba, conhecida pelos romeiros como “ pé de tambor”, localizado no alto da Serra do Catolé, atualmente Colina do Horto, foi derrubado. O pé de tambor era um símbolo de devoção popular a qual dava sombra e servia como espaço de devoção para os romeiros. Os fiéis acreditavam que ela havia sido plantada pelo próprio Padre Cícero Romão, a árvore foi derrubada, no entanto ela ficou imortalizada em um bendito popular sem autoria conhecida
“Bendito e Louvado seja
As passadas do Romeiros
Que vieram de tão longe
Visitar o Juazeiro
Juazeiro é terra santa
Meu Padim abençoou
No Horto tem uma estátua
Onde era o Pau Tambor
A matriz da Mãe das Dores
Sentiu uma grande dor
Aquele pau foi plantado
Por Padre Ciço Romão
Pros romeiros descansarem
Nas horas de petição”
A estátua do Padre Cícero foi inaugurada no dia 01 de novembro de 1969, foi uma grande homenagem ao Patriarca do Nordeste, e para os devotos uma grande graça alcançada, pois poderiam visitar o espaço e fazer suas devoções aos pés da imagem. O Santo popular acreditado e venerado por milhões de devotos foi homenageado com esse grande monumento no alto da mais elevada serra, do Vale do Cariri, não tomando apenas a posição de cartão postal, mas símbolo de proteção para os natalinos e visitantes.
Tal monumento, não havia sido planejado para tamanha magnitude pois este teria apenas sete metros, sendo então uma singela homenagem, porém o mesmo acaba distanciando do projeto original e chega a 27m de altura.
Possui como dimensões:
- Estátua – 17m,
- Cabeça 2,70m,
- Olho 56cm,
- Boca 70 cm, Orelhas 80cm,
- Nariz 70cm,
- Bastão 6m ,
- Pedestal 8m,
- Diâmetro 7m,
- Área de pedestal 100m2,
- Peso 500t
Os cálculos e a construção da obra ficaram sob a responsabilidade do Eng. Raymundo Romulo Aires Monteiro, Coordenação foi de Responsabilidade de Jaime Magalhães, Escultor Armando Lacerda, a prefeitura municipal de Juazeiro do Norte, ficou com a responsabilidade financiar a mão-de-obra realizado, esta era composta por homens do município. Atualmente o monumento possui seus 51 anos desde sua inauguração.
A estátua tornou-se o mais visitado local de turismo religioso de Juazeiro do Norte e da Região do Cariri, alimentando anualmente a fé do devoto do Padre Cícero. O monumento é visitado com objetivo de pagar promessas, agradecimentos, (bênçãos e graças alcançadas) e também para realizar pedidos ao Padre Cícero. A estátua possui elementos característicos como o chapéu, costumeiramente por ele usado e o cajado, este, o romeiro adaptou para sua fé é sua crença, de modo que cada devoto faz seus pedidos e em seguida realiza três voltas em torno do cajado, no ano seguinte em consequência da graça alcançada o fiel retorna ao monumento para repetir o ritual, dando mais três voltas como forma de agradecimento.
Igreja Bom Jesus do Horto
A Igreja Bom Jesus do Horto, foi um monumento religioso idealizado pelo Padre Cícero em momento de grandes aflições pelos quais a população passava em 1889. Pois durante os anos 1877 e 1887 a seca que castigava o nordeste brasileiro, permaneceu no ano seguinte. Os homens e os animais padeciam com a falta de chuva. Padre Cícero comovido com a situação de tais criaturas, fez uma promessa ao Senhor Bom Jesus a qual se caísse do céu chuva suficiente para matar a sede do homem e do animal nordestino, construiria no alto da serra do catolé, atualmente conhecida como Colina do Horto, um templo em homenagem ao Senhor Bom Jesus do Horto. A graça da chuva foi concebida a todos que aqui viviam, e em pouco tempo a construção da Igreja foi iniciada com ajuda de seus fiéis devotos.
A primeira capelinha foi iniciada no local onde hoje está localizado o monumento em homenagem ao Padre Cícero. Sua construção foi iniciada em 1889. Porém a obra foi interrompida por intervenção da Igreja Católica.
Em fevereiro de 1999, foi iniciada pela Congregação Salesiana Nordeste a construção da nova Igreja do Senhor Bom Jesus do Horto, com o apoio das autoridades eclesiásticas com o objetivo de realizar a promessa do patriarca de Juazeiro. Assim escreveu o Pe. Cícero em seu testamento: “Suplico aos Padres Salesianos que terminem a construção da Capela do Horto que comecei a construí-la para cumprir um voto que eu e meus falecidos colegas e amigos fizemos, quando apavorados com o resultado da seca de 1889, com o povo desta terra, ao Santíssimo Coração de Jesus”.
O complexo ainda em construção é caracterizado por um muro perimetral em espiral, dotado de pilares que o fixam ao terreno. O espiral traçado pelo muro é gerada pelo círculo da área presbiterial. A área da construção é de 5.700m², dos quais 2.00m² estão sob a grande cobertura. A Igreja acolherá 1.300 lugares sentados e 3.000 pessoas de pé na arquibancada.
Devido aos recursos limitados oriundos exclusivamente de doações de fiéis e devotos cadastrados, a obra foi paralisada diversas vezes. Em 2019 a construção completou duas décadas. Atualmente, a obra se encontra em fase de acabamento, faltando apenas realizar a instalação dos vitrais e portas. A previsão para conclusão da parte interna está prevista para o final de 2021.
Museu Vivo Padre Cícero
O Casarão Padre Cícero e um espaço de memória histórica e religiosa, que possui grande significado para os romeiros, além de representar um marco importante na vida do vigário que mudou a história do povo caririense. Sua construção é datada entre o final do século XIX e início do século XX, localiza-se no alto da atual Colina do Horto ou Horto do Padre Cícero, que posteriormente foi chamado de Horto das Oliveiras ou ainda Catolé do Horto.
A sua construção é datada de 1907, nesse período o espaço era procurado pelo Padre Cícero e beatos que lhes acompanhavam em momentos de oração e meditação. O espaço, foi usado para fins religiosos pois encontrava-se distante da vida agitada da cidade.
A arquitetura da fachada do casarão, demonstram um pouco sobre a imagem do Padre Cícero quando nos referimos as suas posses. Nas paredes do casarão encontramos “eiras e beiras”, ou seja, adornos decorativos que demonstram que quanto maiores, mais bens econômicos o proprietário do imóvel possuía. Os bens de Padre Cícero, eram fruto de doações que recebia dos romeiros, devotos, grandes fazendeiros e de amigos. vale apontar ainda que Padre Cícero nunca se apegou aos bens materiais e tudo que o mesmo possuía sempre era destinado aos necessitados. Devido a essas atitudes, a ação de “receber com uma mão e doar com a outra” acaba sendo uma de suas marcas registradas.
Após a morte do Padim Ciço em 1934, o casarão ficou fechado, sendo reaberto apenas 05 (cinco) anos depois com a chegada dos Padres Salesianos a Juazeiro. Quando passam a tomar conta das obras que haviam iniciadas pelo Padre Cícero, e administrar os prédios e espaços religiosos os quais ele deixou em testamento sob os cuidados da Ordem Salesiana.
Em 1939, com a chegada da Congregação Salesiana em Juazeiro do Norte, o Casarão Padre Cícero foi aberto como local de memória, na época não havia ainda registro como museu, pois sua ata de fundação só veio a ocorrer anos depois. No entanto o Casarão do Padre Cícero, que por ele foi utilizado como local de retiro espiritual, acolhida e oração, não deixa de receber os devotos da Mãe das Dores, como ele costumava denominar os romeiros, que aqui chegavam.
A inauguração como espaço museológico só veio a acontecer no dia 1º de novembro de 1999, em parceria com a Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte-CE, sendo o prefeito municipal interino na época José Mauro Castelo Branco Sampaio.
Atualmente, o Museu Vivo Padre Cícero é um dos maiores centros de Devoção do Brasil. A religiosidade é muito marcante na Cidade de Juazeiro do Norte, milhões de devotos dirigem-se ao município para orar, pedir graças e pagar promessas. O Museu recebe em média 2,5 milhões de visitantes por ano de todo o Brasil e também do exterior, sendo um dos principais centros de visitação da Região do Vale do Cariri e do Brasil.
O espaço chamado comumente de Casarão Padre Cícero ou Museu Vivo Padre Cícero, contém em seu acervo peças que retratam personalidades históricos importantes da Cidade de Juazeiro, reproduzidos em tamanho real com resina de poliéster.
Seu atual acervo abriga em cinco ambientes (salas), réplicas em tamanho real do Padre Cícero e de pessoas que eram de sua convivência cotidiana como: A Beata Maria de Araújo, Beata Mocinha, Terezinha do padre, José Marrocos, Aureliano Pereira e o Dr. Floro Bartolomeu. Também faz parte da exposição do museu as peças de ex-votos, que são as promessas dos fiéis (pedidos e graças alcançadas) que retratam a fé e devoção dos romeiros ao Pe. Cícero. Ainda compondo parte da exposição temos alguns objetos que pertenceram ao Padre Cícero, além de enorme acervo de fotografias dos visitantes que são expostas por todo o casarão.