Entre os dias 14 e 16 de abril, o Horto do Padre Cícero foi novamente morada da fé popular, da oração silenciosa e da preparação espiritual para os mistérios centrais do cristianismo. Com celebrações marcadas pela simplicidade, profundidade e piedade, a Segunda, Terça e Quarta-feira Santa reforçaram a espiritualidade do caminho com Jesus rumo à cruz e à ressurreição.
Segunda-feira Santa: Ofício de Trevas e o silêncio que fala

A jornada começou na Segunda-feira Santa com missas, terços e atendimentos de confissão ao longo do dia. À noite, a comunidade se reuniu para o Ofício de Trevas, uma das tradições mais comoventes da Semana Santa. Celebrado com a igreja em penumbra, o rito simboliza a escuridão que se aproxima com a prisão de Jesus, e cada vela apagada representa a solidão e o abandono vivido por Ele em seus últimos momentos. Padre Leandro, SDB e coordenador pastoral do Horto, deixou uma bonita reflexão sobre este momento:
“ Caminhamos entre luzes e sombras. A escuridão da noite parece esconder os erros do pecado, de uma sociedade que mascara e esconde a verdade. Vivemos numa sociedade da fantasia. É preciso despir-nos das vestes da mentira e da hipocrisia daqueles que preferem uma falsa verdade, a verdade de Si mesmo, de Deus. Constrói-se com isso pessoas maquiadas, adaptadas aos contextos em que vivem, aos grupos em que desejam frequentar, mais profundamente tristes, irreconhecíveis até para si mesmas. Constrói-se também um deus feito as próprias mãos, um deus que se curva às nossas próprias vontades e vaidades. Sem perceber, tiramos Deus do seu lugar… construímos um deus que tenha a nossa cara… é uma forma de mantermos o controle, de poder determinar o que é o bem e o mal. Tornamo-nos deuses de nós mesmos, acostumados a ter sempre o controle. Não é esse o pecado original: desobedecer a Deus, usurpar o seu lugar? Em Jesus, Deus joga sobre as nossas sombras a sua luz de vida e de verdade. Através de seu filho Jesus, revela o homem ao próprio homem e nos faz passar da antiga a nova vida. “
Terça-feira Santa: com Maria, aprender a sofrer com amor

Na Terça-feira Santa, as atividades iniciaram com a Santa Missa, seguida do Terço Mariano e do Terço da Misericórdia. À noite, foi celebrada a Liturgia das Dores de Nossa Senhora, um dos momentos mais emocionantes do período quaresmal.
Diante da imagem da Virgem das Dores, a assembleia refletiu sobre as sete dores de Maria, meditando cada momento em que a Mãe de Jesus sofreu silenciosamente, mas permaneceu firme, junto à cruz.
Quarta-feira Santa: encerramento da Campanha da Fraternidade e compromisso com o próximo

A Quarta-feira Santa foi marcada pela vivência comunitária e social da fé. Além das atividades diárias de oração e confissão, o ponto alto do dia foi o encerramento da Campanha da Fraternidade 2025, realizado durante a celebração das 19h, com o tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).
Com foco no cuidado com a criação e na responsabilidade de cada cristão com a casa comum, a celebração despertou reflexões profundas sobre como o amor a Deus se expressa também no respeito à natureza e à vida em todas as suas formas – pilares também do legado do Servo de Deus, Padre Cícero.
A programação da Semana Santa continua com os momentos centrais do Tríduo Pascal. Acompanhe tudo conosco, presencialmente ou pelas redes sociais.
Por: Ravena Alves
Setor de Comunicação, Horto do Padre Cícero